Categorias
Sem categoria

Os opostos atraem? O quanto as diferenças podem influenciar nos relacionamentos?

Bruna C. Pavani

O ditado ‘’os opostos se atraem’’ é bem conhecido e, culturalmente falando, é algo até incentivado nos relacionamentos. No entanto, vale a pena olharmos com mais atenção para o que essa expressão significa.

O fato é que, em todo relacionamento, haverá semelhanças e diferenças, em diferentes graus e intensidades. Quando conhecemos alguém muito diferente de nós, a curto prazo o que pode nos manter nesta relação é a novidade, no entanto, a longo prazo serão as semelhanças que vão manter essa relação.

Para Heyes, Strosahl e Wilson (2021) os valores são algo essencial na vida de todo ser humano, pois eles dão o senso de significado e direção na vida. Se é assim, podemos pensar em como pessoas com valores muito diferentes terão dificuldades de manter relacionamentos a longo prazo.

Como mencionado anteriormente, as diferenças também são necessárias para que o relacionamento flua, afinal, nem todas as afinidades serão parecidas, mas é importante que os objetivos para o futuro sejam compatíveis e que o casal consiga se comunicar quando surgirem as diferenças, para que se sintam acolhidos na relação.

Pensemos no seguinte exemplo:

Tabela 1. Retrato do relacionamento de José e Maria:

Maria e José estão juntos há um tempo e pensam em se casar, porém, José quer ter filhos e Maria não. Para José, o casamento no religioso é importante, mas para Maria não. Maria não se incomodaria se tivesse que morar em casas separadas por um período, mas para José isso seria algo inegociável.

Como podemos observar, ambos possuem valores bem diferentes e isso influenciará na relação. Existem valores que são mais negociáveis e outros não, como por exemplo: Um filho será para o resto da vida, mas morar juntos é algo que talvez dê para ceder.

Algumas questões dos relacionamentos não aparecerão de imediato, afinal, no início de um relacionamento estamos na fase da lua de mel onde tudo são flores, as diferenças começam a aparecer depois de um tempo e aí começamos avaliar o quanto conseguimos lidar com essas diferenças.

Como psicoterapeutas, é necessário que auxiliemos nossos clientes a identificar seus limites nas relações e o que seria tolerável ou não a eles, quais seriam valores inegociáveis e o que eles almejam a longo prazo.

Hayes, S. C., Strosahl, K.D., Wilson, K.G. (2021). Terapia de aceitação e compromisso: o processo e a prática da mudança consciente. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed.

Bruna Catarina Pavani – @psicobrupavani

Especialista em Análise do comportamento (ITCR) | Pós graduanda em Sexologia (INPASEX)
CRP 06/135021

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *